Publicaciones al servicio de la evangelización

Entrevista publicada el 21 de Noviembre 2015, en el periódico de Macao: O Clarim

El periódico se publica en portugués, inglés y chino. Aunque lo que sigue está en portugués, creo que les será fácil entenderlo.


Naturamente que los periodistas quieren ‘vender el periódico’ y no te informan el título que ponen, pero el que lee el artículo sabrá ubicarlo donde corresponde.

O padre argentino Alberto Rossa considera que os Estados Unidos boicotam a relação entre a China e o Vaticano, na medida em que a Santa Sé não controla as declarações dos bispos americanos. A’O CLARIM, o missionário desmistificou os problemas da Igreja Católica na RPC, dando como exemplo a abertura da Associação Patriótica Católica Chinesa aos projectos da Claretian Publications, editora por ele dirigida.

O CLARIM – Nasceu na Argentina e durante vinte e sete anos desenvolveu trabalho pastoral e também editorial nas Filipinas, antes de estabelecer em Macau a Claretian Publications, editora subsidiária do Claret Publishing Group, com representações em Buenos Aires, São Paulo, Bangalore, Chennai, Manila, Barcelona e Madrid. Porquê Macau?


PE. ALBERTO ROSSA – Entre a década de 1920 e 1949, tivemos missionários da nossa congregação na província de Anhui, parte da República Popular da China. Foram expulsos, como todos os outros [missionários católicos, devido à Revolução Cultural], mas na nossa congregação houve sempre o desejo de fazer algo pela China. E como estávamos nesta parte do mundo [nas Filipinas], perto da China, dei-me como voluntário e comecei a fazer algo. Depois de mim vieram outros missionários; alguns estão em Macau, outros em Hong Kong e também em Taiwan.


CL – Fale sobre a Claretian Publications?

A.R. – É uma editora sob a égide da Fundação Bíblia Pastoral, que está registada nas Filipinas. Publicamos a Bíblia em doze línguas. Vários livros são em Chinês tradicional para Macau, Hong Kong e Taiwan, enquanto para a China continental publicamos especialmente a Bíblia em Chinês simplificado.


CL – Qual a importância desse trabalho?

A.R. – É a minha base para trabalhar com equipas da China e de outras partes do mundo, especialmente para a publicação da nova tradução da Bíblia em Chinês. Lançámos recentemente o Novo Testamento e outros livros para uso dos seminaristas ou para agentes pastorais. Por sermos missionários não podemos fazer trabalho directo na China continental. Por isso, ajudamos indirectamente na formação dos evangelizadores.


CL – Há alguma ponte institucional entre a editora e a Associação Patriótica Católica Chinesa?

A.R. – Publicar livros é um ministério aberto porque não pode ser oculto. No início, nos anos 90, estava ainda nas Filipinas, foi necessário pedir autorização se quisesse fazer algo que envolvesse publicações. Pedi simplesmente autorização à Associação Patriótica Católica Chinesa e, para minha surpresa, foram sempre generosos. Viram os conteúdos que queríamos publicar e disseram que não havia problema. Porque estamos impedidos de fazer a distribuição no interior da China fui à maior editora católica do País, a Imprensa da Fé. Não podem vender os livros no mercado livre, mas têm autorização para publicar e distribuir pelas seis mil paróquias e associações com permissão para funcionar.


CL – O Catolicismo tem ajudado à unidade da China?

A.R. – Definitivamente! Os católicos querem preservar a cultura e aceitam as pessoas tais como elas são. Até os oficiais do Governo constatam que os valores morais das pessoas são encorajados pela Igreja Católica. Através das nossas publicações tentamos ajudar como podemos para que os valores do Evangelho se espalhem pela China.


CL – Mas por que há tantas dificuldades no estabelecimento da relação entre a China e o Vaticano?

A.R. – É muito complicado. Houve tempos em que estavam próximos. Agora estamos esperançados que aconteçam alguns contactos. Recentemente, um escritor católico [Kin Shueng Chiaretto Yan] apresentou um manuscrito chamado “Evangelização na China”. A última parte do livro aborda precisamente as dificuldades no relacionamento entre a China e o Vaticano. Este autor, ele próprio um chinês que estudou no estrangeiro, propõe várias possibilidades.


CL – Pode dizer algumas muito resumidamente?

A.R. – A relação deve ser, em primeiro lugar, baseada na confiança, no respeito e seguir os passos de não invadir, nem de ser muito duro…


CL – Exemplifique…

A.R. – Uma vez em Pequim, há muito tempo, perguntei por que razão não era a China mais aberta a lidar com o Vaticano? E a resposta que tive foi que algumas autoridades da China interrogavam-se como era possível que o Vaticano estendesse com uma mão o ramo da oliveira [símbolo da paz] e com a outra permitia ou tolerava que membros da sua Igreja atacassem sempre os regulamentos da China.


CL – Será devido ao conceito que as potências ocidentais querem trazer para a China? Sendo o Catolicismo realmente forte no Ocidente, a China não entende as reais intenções desta religião?

A.R. – Nem por isso. Um dos problemas de agora é que a Igreja Católica não tem controlo sobre as opiniões das pessoas da Igreja. Pode haver um bispo ou uma pessoa nos Estados Unidos a dizer algo bastante forte contra o Governo da China. Se são bispos, de alguma forma representam a Igreja. Por outro lado, temos visto sinais recentes de que o Vaticano está a fazer a ponte com a China.

La entrevista también apareció en inglés.

CL – Há pouco conhecimento da China no Ocidente…

A.R. – Penso que as pessoas que estão agora no Vaticano com o Papa Francisco sabem o que se passa na China e estão a trabalhar nesse sentido. Esta é apenas a minha opinião…


CL – Conhece pessoalmente o Papa Francisco?

A.R. – Não conheço, mas posso dizer uma coisa: a editora do Vaticano tem os direitos sobre tudo o que diz e escreve o Papa Francisco. Mas o Claret Publishing Group detém os direitos dos livros que escreveu enquanto arcebispo de Buenos Aires. Os livros foram traduzidos em 28 línguas. Em Macau, a Claretian Publications publica algumas dessas obras em Inglês e em Chinês tradicional e simplificado.


CL – Qual foi o último livro que deu à estampa?

A.R. – Não foi há muito tempo que saiu o título “Abrir a Mente, Coração Fiel”, por Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco, em Chinês tradicional e simplificado. Foi lançado depois de publicada a versão inglesa no ano passado.


PEDRO DANIEL OLIVEIRA